sexta-feira, 14 de junho de 2013

O elefantinho macabro

Durante décadas aconteceu em Limeira a famosa FACIL, uma grande feira onde todas as novidades das indústrias da cidade e  região eram expostas em stands. Era um evento muito interessante porque, além da exposição, sempre havia barracas com comidas típicas de estados e países, shows musicais (até o RPM tocou lá quando estava no auge!) e também um parque de diversões, com brinquedos inesquecíveis.
Em 1977 fiz a minha primeira vista à FACIL. Lá estava eu, pequenininha, passeando por aquele lugar gigantesco. Me lembro pouco do lugar, já que só via aquele monte de pernas andando em minha frente... 


Me lembro também de ter tomado Fanta Uva naquela garrafinha pequena (com canudinho, é claro). Mas a maior emoção foi quando entrei no parque de diversões. Nossa! Aqueles brinquedos todos, aquelas luzes piscando, o grito das crianças se divertindo! Aquele cheiro de pipoca misturado com a música que vinha do carrossel! Eu não sabia direito pra onde olhar primeiro!

Enquanto eu olhava para aqueles brinquedos todos, também ouvia as músicas dos Bee Gees do filme "Os Embalos de Sábado a Noite" tocando nos auto-falantes: "Staying alive", "Night fever", entre outros.

Então meu irmão, sete anos mais velho do que eu, teve a ideia de andarmos no Elefantinho. Ah, você deve saber que brinquedo é esse! Aquele em que vários elefantes sobem e descem girando num eixo central. 


Me lembro perfeitamente do momento em que me sentei dentro do elefantinho e meu irmão me perguntou:
- Vamos lá no alto??
- Vamooooosss!!!!

O brinquedo começou a girar!! 
A alegria se misturava ao medo... Será que dava muito medo ficar lá em cima? Mas o que eu queria mesmo é ir lá pra cima, voar e gritar muito! Então todos os elefantinhos começaram a subir!!... menos o nosso.

Meu irmão puxava a alavanca com toda a força e nada. O brinquedo continuou a girar e girar. As outras crianças lá em cima, aos berros e nós dois lá embaixo, enquanto meu irmão ria e falava:
- Vixe! O nosso não quer subir não! Kkkkkk...

Nem preciso dizer que comecei a chorar, né? 

Agora você não vai acreditar no que eu vou te contar...
Na última vez em que fui ao Playcenter eu já era casada e fui com o meu marido, em 2004. Enquanto andávamos por lá resolvemos dar uma passadinha na área infantil. Adivinha quem estava lá?
Só te dou uma pista: enquanto todas as crianças gritavam lá em cima, ELE girava lá em baixo. 

Eu juro que ele me olhou e riu da minha cara.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Ser mãe é padecer no paraíso!

Como o dia das mães foi esses dias, nada melhor do que contar uma historinha envolvendo a minha...

Lá estava ela, toda orgulhosa e ansiosa, pronta para ver a minha irmã mais velha se apresentar com o coral da cidade no auditório de uma faculdade. Eu tinha uns 2 anos e meio e me lembro bem da cena: Todos nós chegando atrasados e sentando lá na fente, na segunda fileira - o único espaço vago.

Até aí tudo bem. Só que eu tinha um ligeiro problema chamado MEDO! Eu morria de medo de máquinas fotográficas (em particular dos flashes) e também de barulhos altos. E adivinha o que tínhamos ali? Muitos fotógrafos e, é claro, o coral com umas 50 vozes! Já comecei a ficar emburrada...

Minha irmã estava bem no meio do coral, na primeira fileira, vestida com uma roupona preta (que hoje eu sei que se chama béca) e isso também me assustou. Ela me deu um tchauzinho antes de começar. Fiquei feliz! Mas depois que o coral começou a cantar eu dei muitos tchauzinhos e ela simplesmente não me respondeu! É claro que eu não entendi que ela não poderia acenar feito uma louca enquanto cantava...

Só sei que aquele lugar se tornou apavorante pra mim e fiz o que toda criança faz muito bem: comecei a chorar. Não, esse não é bem o termo. Comecei a berrar, a berrar muito forte, em alto e bom som. 



Minha mãe, desconcertada, tentava me fazer ficar quietinha, mas eu não parava. Eu queria sair dali o mais rápido possível!!! Até que o inevitável aconteceu.O regente do coral deu uma olhada pra trás, em nossa direção, com a cara mais brava que eu havia visto em toda a minha longa vida!!! Que medo!!! Berrei mais alto ainda!!

Final da história: Minha doce mãezinha teve que sair do auditório logo na primeira música. Perdeu a maravilhosa e tão esperada apresentação de minha irmã, mas ganhou a minha eterna gratidão! Ela me salvou!