sexta-feira, 27 de março de 2015

O amor é brega - Parte I

Ah, o amor! Como o amor é lindo!
E muitas vezes, brega. Principalmente os amores de infância, não é mesmo?
Quando a gente é pequeno, insiste em se apaixonar pelas pessoas mais bizarras.

Eu tenho um amigo que aos 5 anos era apaixonado pela Perla, aquela morena com sotaque paraguaio e cabelos negros longuíssimos.
Ele chorava toda vem em que a ouvia cantar:
"Nosso amor nasceu foi pra ficar e eu vou te amar Fernánnndoooo..."
ou "Pequenina do meu coraçããããããoo, ser criança é como ser uma gaivota livreeeee...".


Nessa época eu também era apaixonada por duas pessoas bizarras.

A cena ainda está fresquinha em minha memória: eu com 5 anos de idade, dançando no meio da sala e remexendo a cintura igual ao meu amor, o Sidney Magal.

Ah, como eu amava aqueles cabelos cacheados, aquelas camisas brilhantes e bufantes dentro daquela calça justíssima, aquele olhar de peixe morto!

Mas o legal mesmo era quando ele cantava "Sandra Rosa Madalena". Eu cantava, gritando a plenos pulmões:
QUERO VÊ-LA SORRIR, QUERO VÊ-LA CANTAR, QUERO VER O SEU CORPO DANÇAR SEM PARAR!

Eu cantava e remexia a cintura no maior estilo chacrete... Agora, mais legal do que tudo isso junto era a minha mãe e o meu pai gritando "Pára com isso, menina, coisa feia dançar assim! Não pode! Nao, não, não! Como eu não entendia o porque de tanto alarde, continuava cantando e dançando numa boa...

Talvez o meu fraco naquela época fosse os homens de cabelos cacheados... Porque puxando aqui pela memória, me lembro muito bem de que o segundo "amor da minha vida" dessa época era nada mais, nada menos do que O REI Roberto Carlos!

Minha irmã mais velha tinha um LP dele que às vezes o meu pai colocava na vitrola pra escutar. Gente, vitrola era o aparelho de som da época, tá? Que tocava discos. Discos eram os LPs, menos conhecidos como Long Play. Não sabe o que é LP? Vai perguntar pro seu pai, vai.

Então, voltando ao Robertão... Era só eu ouvir a voz do "rei" que corria pegar a capa e encher a foto dele de beijos e mais beijos. Eu beijava e dizia "ah meu amor, meu amor!".

Final da História
Todo mundo que me conhece sabe que o estilo que eu mais curto é rock. Mas até hoje, quando ouço um "quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo" ou um "ah, eu te amo, o meu sangue ferve por você" eu acabo cantando junto!


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Meu primeiro vestido de festa

Ah, ele era lindo! 
Verde-água, feito com um tecido esvoaçante que brilhava quando batia a luz. Manguinhas bufantes e um cinto que trazia um cacho de flores da mesma cor. Um luxo! Quanto tempo eu fiquei namorando aquele cachinho de flores antes dele ser costurado na roupa...

Enfim, o grande dia de usá-lo chegou! 
Era o casamento de minha irmã mais velha, aliás, 15 anos mais velha que eu (sim, a mesma que eu fui com minha mãe ver o coral e armei o maior berreiro). Ela e meu cunhado começaram a namorar quando eu fiz um ano e quando coloquei meu vestidinho verde-água eu já tinha 6 anos

Como tudo o que é bom dura pouco, algo terrível aconteceu. 
Minha mãe, que não tinha o menor jeito para personal stylist, veio com um sapato para compor o meu look que mais parecia uma chuteira. Era azul marinho, quase preto. Eu odiiiieeeeiii, mas tive que colocar porque já estava na hora de irmos pra cerimônia. Dá pra ver ele ali na foto... coisa horrorosa, rsrsrs.

Final da história: Minha irmã se casou, tirei os meus sapatos horrorosos no meio da festa e me esbaldei FELIZ de tanto correr com o meu lindo vestido verde-água balançando ao vento. 

sexta-feira, 14 de junho de 2013

O elefantinho macabro

Durante décadas aconteceu em Limeira a famosa FACIL, uma grande feira onde todas as novidades das indústrias da cidade e  região eram expostas em stands. Era um evento muito interessante porque, além da exposição, sempre havia barracas com comidas típicas de estados e países, shows musicais (até o RPM tocou lá quando estava no auge!) e também um parque de diversões, com brinquedos inesquecíveis.
Em 1977 fiz a minha primeira vista à FACIL. Lá estava eu, pequenininha, passeando por aquele lugar gigantesco. Me lembro pouco do lugar, já que só via aquele monte de pernas andando em minha frente... 


Me lembro também de ter tomado Fanta Uva naquela garrafinha pequena (com canudinho, é claro). Mas a maior emoção foi quando entrei no parque de diversões. Nossa! Aqueles brinquedos todos, aquelas luzes piscando, o grito das crianças se divertindo! Aquele cheiro de pipoca misturado com a música que vinha do carrossel! Eu não sabia direito pra onde olhar primeiro!

Enquanto eu olhava para aqueles brinquedos todos, também ouvia as músicas dos Bee Gees do filme "Os Embalos de Sábado a Noite" tocando nos auto-falantes: "Staying alive", "Night fever", entre outros.

Então meu irmão, sete anos mais velho do que eu, teve a ideia de andarmos no Elefantinho. Ah, você deve saber que brinquedo é esse! Aquele em que vários elefantes sobem e descem girando num eixo central. 


Me lembro perfeitamente do momento em que me sentei dentro do elefantinho e meu irmão me perguntou:
- Vamos lá no alto??
- Vamooooosss!!!!

O brinquedo começou a girar!! 
A alegria se misturava ao medo... Será que dava muito medo ficar lá em cima? Mas o que eu queria mesmo é ir lá pra cima, voar e gritar muito! Então todos os elefantinhos começaram a subir!!... menos o nosso.

Meu irmão puxava a alavanca com toda a força e nada. O brinquedo continuou a girar e girar. As outras crianças lá em cima, aos berros e nós dois lá embaixo, enquanto meu irmão ria e falava:
- Vixe! O nosso não quer subir não! Kkkkkk...

Nem preciso dizer que comecei a chorar, né? 

Agora você não vai acreditar no que eu vou te contar...
Na última vez em que fui ao Playcenter eu já era casada e fui com o meu marido, em 2004. Enquanto andávamos por lá resolvemos dar uma passadinha na área infantil. Adivinha quem estava lá?
Só te dou uma pista: enquanto todas as crianças gritavam lá em cima, ELE girava lá em baixo. 

Eu juro que ele me olhou e riu da minha cara.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Ser mãe é padecer no paraíso!

Como o dia das mães foi esses dias, nada melhor do que contar uma historinha envolvendo a minha...

Lá estava ela, toda orgulhosa e ansiosa, pronta para ver a minha irmã mais velha se apresentar com o coral da cidade no auditório de uma faculdade. Eu tinha uns 2 anos e meio e me lembro bem da cena: Todos nós chegando atrasados e sentando lá na fente, na segunda fileira - o único espaço vago.

Até aí tudo bem. Só que eu tinha um ligeiro problema chamado MEDO! Eu morria de medo de máquinas fotográficas (em particular dos flashes) e também de barulhos altos. E adivinha o que tínhamos ali? Muitos fotógrafos e, é claro, o coral com umas 50 vozes! Já comecei a ficar emburrada...

Minha irmã estava bem no meio do coral, na primeira fileira, vestida com uma roupona preta (que hoje eu sei que se chama béca) e isso também me assustou. Ela me deu um tchauzinho antes de começar. Fiquei feliz! Mas depois que o coral começou a cantar eu dei muitos tchauzinhos e ela simplesmente não me respondeu! É claro que eu não entendi que ela não poderia acenar feito uma louca enquanto cantava...

Só sei que aquele lugar se tornou apavorante pra mim e fiz o que toda criança faz muito bem: comecei a chorar. Não, esse não é bem o termo. Comecei a berrar, a berrar muito forte, em alto e bom som. 



Minha mãe, desconcertada, tentava me fazer ficar quietinha, mas eu não parava. Eu queria sair dali o mais rápido possível!!! Até que o inevitável aconteceu.O regente do coral deu uma olhada pra trás, em nossa direção, com a cara mais brava que eu havia visto em toda a minha longa vida!!! Que medo!!! Berrei mais alto ainda!!

Final da história: Minha doce mãezinha teve que sair do auditório logo na primeira música. Perdeu a maravilhosa e tão esperada apresentação de minha irmã, mas ganhou a minha eterna gratidão! Ela me salvou!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

O dia em que me rendi aos blogs

Um belo dia acordei e disse: ok, ok, vou parar de fugir dessa vontade de escrever blogs e vou fazer um. Nesse dia comecei um blog que foi um sucesso, mas por estar em um provedor antigo, não consegui mais mexer. Hoje me deu vontade de reescrevê-lo. E aqui estamos nós!

Para isso começarei postando as coisinhas que já estavam lá.
Com o tempo vou colocando coisas novas.

Naquele dia 05 de maio de 2005. meu primeiro post dizia o seguinte:

<< Eu estava pensando... "tá, tá, eu vou fazer um blog, mas pra falar o que?". Quando de repente: "TCHANÃNS!!!" É claro! Vou falar de uma das coisas que mais gosto de falar: das coisas engraçadas que um dia marcaram a minha vida! Show, adorei!
Então me veio uma dúvida... Qual o título do Blog? Bom, minha tia sempre me dizia que o que aconteceu com a gente são águas passadas... Mas as minhas são muito mais legais porque são passadas com ferro a vapor! Kkkkk...>>

Pois é, você pessoa que veio até aqui, prepare-se... Vai ter muita história boa pra ler! E trate de colocar este blog no seus favoritos para não esquecer o endereço!

Um beijo, e boa viagem!